domingo, 30 de dezembro de 2012

Jacob ou Marcus?


Um dia, Jacob e Marcus estavam conversando sobre a tão falada igualdade social. Jacob, entusiasmado, entendia que isso envolvia também a igualdade do poder aquisitivo entre os brasileiros, em que todos pudessem ter acesso aos mesmos bens.
Marcus, franzindo a testa, interrompeu:
- Eu sou engenheiro, estudei muito e não quero ter o mesmo carro que um pedreiro! Veja só, como você quer que um pedreiro possa comprar um carro igual ao meu?
Jacob suspirou, sorriu e olhou para Marcus, dizendo:
- Você e o pedreiro respiram o mesmo ar. O que você vai fazer para parecer melhor que ele? Vai parar de respirar?

domingo, 1 de julho de 2012

Desafios do Consumidor #2: VIVO / Venda casada - FSA

Série: Desafios do Consumidor
#2




Olá. Lá vamos nós conversar com a VIVO de novo.

Vocês ainda lembram o que aconteceu da outra vez?
http://usimental.blogspot.com.br/2011/08/desafios-do-consumidor-1-vivo.html

Pois... ali foi engraçado. Dessa vez a questão é séria: VENDA CASADA.

Fui informado pela empresa de que se eu quisesse trocar meu CDMA por um GSM, teria um desconto de R$ 99,00. Resolvi conferir. Ao chegar à loja da VIVO em Feira de Santana (av. Getúlio Vargas), fui bem atendido e a moça (que chamarei de Klívia) explicou-me logo que não tinha nenhum aparelho de R$ 99,00, e que eu teria que escolher um de outro valor, pagando a diferença.
Até aí tudo bem, afinal não ia querer um modelo muito básico. Escolhi outro aparelho, ela pegou meu documento e acrescentou que eu também teria que pagar, além da diferença, mais R$ 1,00 pelo chip necessário para fazer a migração do número. Estranhei, mas tudo bem, pagaria o chip. Porém, assegurei-me de que o número da linha seria mantido e continuaria com meu plano pré pago. Klívia confirmou, foi pegar o aparelho e retornou para concluir a transação.
Estava bom demais pra ser verdade. Eu sairia dali com o novo aparelho comprado, desconto realizado e GSM ao invés de CDMA. Enfim, teria como dar nota 10 na avaliação da VIVO.
Eis que a moça me pede a atenção para explicar o procedimento. Repetiu que eu teria meu plano e número MAS que eu levaria um outro chip, no plano controle, para que eu o “degustasse” durante um mês. Se não quisesse, cancelaria no segundo mês.
Agradeci a ela, mas informei que não tinha interesse em outro chip: tinha ido ali para comprar um aparelho com o desconto da promoção, manteria meu número e só. Então veio a revelação: o tal do chip de degustação era OBRIGATÓRIO e eu já sairia dali devendo o pagamento do primeiro mês do tal chip controle, MESMO QUE EU NUNCA O UTILIZASSE. Ou seja, ao comprar um aparelho com o desconto de R$ 99,00 na troca de CDMA para GSM, o palhaço aqui teria que aderir a um plano controle cuja mensalidade ele pagaria obrigatoriamente, mesmo sem usar.
Alertei à moça que aquilo era venda casada. Ela negou, dizendo que era APENAS um pacote para todos os clientes que participavam daquele procedimento.
Sorri e abortei a transferência de linhas. Deixei o aparelho lá e saí com o meu velho CDMA. Retornarei em breve com um advogado para que Klívia explique a ele que aquilo é um pacote e não venda casada.


http://www.reclameaqui.com.br/3164686/vivo-celular/venda-casada/

domingo, 22 de abril de 2012

Um prefeito baiano, a saúde e a Copa.

 (imagem disponível na internet)

Que o baiano já tem fama de lerdo e preguiçoso todo mundo sabe. A construção do metrô em Salvador, por exemplo, de tão lenta, virou ícone de incompetência e desvio de verbas.

No entanto, não satisfeito com o que já está evidente, o atual prefeito da capital baiana, John Henry Camaleon, resolveu dar ao Brasil mais uma evidência de que o baiano não pode perder o título de “Rei da Vagareza” (Não, não estou fazendo um trocadilho com o nome do governador da capitania, o Jack Wagareza; Esse é mestre na arte de colocar a Solla na cara dos baianos que procuram os hospitais e demais serviços de saúde estaduais).

De um Concurso Público para a Secretaria Municipal de Saúde, com mais de 3.000 vagas expressas em edital, a Prefeitura informa que só tem competência para convocar 150 pessoas por mês. É isso mesmo, caro leitor. A Prefeitura de Salvador vai levar mais de 20 meses para convocar os profissionais aprovados em Concurso Público para serviços que estão deficitários desde antes de 2008.

Como os serviços estão funcionando no momento?

Respondo: Com trabalhadores temporários ou terceirizados, em vínculos precarizados e sobrecarregados por causa do subdimensionamento do quadro funcional. O SAMU está em coma e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) só cuida de 16% da população residente na cidade, que em grande parte é carente e necessita do amparo do Sistema Único de Saúde (SUS). E as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica, em preparativos para a Copa do Mundo? Sem comentários: Os gringos aprenderão que o Brasil é o país do carnaval, do futebol e da diarreia. Para maiores explicações, busquem no Google “saúde salvador problemas”.

A realização do Concurso Público após dez anos de descaso com a gestão de recursos humanos na saúde realmente foi um grande feito desta administração (mesmo que tenha sido sob pressão do Ministério Público). Pensei que o partido político do atual gestor fosse utilizar melhor esse trunfo, nas vésperas das eleições. Enganei-me.

Hoje sei que se eu perguntar ao prefeito qual é a melhor medida para agilizar as convocações e dar aos soteropolitanos serviços de saúde com melhor qualidade num menor intervalo de tempo, a resposta dele será: “É nenhuma, meu rei, é nenhuma, é nenhuma, é nenhuma...”.

Enquanto isso, contratos de terceirização dos serviços públicos são escandalosamente assinados diante dos olhos atentos do Ministério Público, que historicamente combate esse tipo de atitude.

Portanto, considerando isso tudo, se o leitor me perguntar qual a chance de Salvador fazer um bom trabalho de preparação para a Copa do Mundo, quem dirá sou eu: “É nenhuma, meu rei, é nenhuma, é nenhuma, é nenhuma...”

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Acontece em Salvador-BA

SERVIDORES PÚBLICOS TEMPORÁRIOS LUTAM POR EFETIVAÇÃO ILEGAL E RECEBEM APOIO DE VEREADORES


Cerca de 4.500 funcionários que ocupam cargos temporários no Programa de Saúde da Família, da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, estão lutando para serem efetivados no órgão sem aprovação prévia em concurso público. A movimentação se deve à realização de um concurso municipal, ocorrido no dia 25 de setembro de 2011, que aprovou aproximadamente três mil profissionais de saúde. O ingresso dos aprovados põe em risco o emprego dos funcionários temporários e, por isso, eles resolveram se mobilizar e buscar auxílio de vereadores para garantir a suas efetivações na Secretaria de Saúde.

A mobilização, no entanto, tem causado polêmica. Os aprovados no concurso não escondem a revolta e também estão se articulando para defender seus direitos. "Cargo temporário é apenas para suprir temporariamente necessidade de interesse público, e não para virar cabide de empregos, ainda mais quando há concursados aprovados, tanto dentro do número de vagas quanto em Cadastro de Reserva, esperando as nomeações," afirma Hector Ornelas, aprovado para o cargo de Auxiliar em Serviços de Saúde.

Mesmo ilegal, a causa já conta com o apoio de vereadores, dentre eles, Vânia Galvão e Sandoval Guimarães - este último vem promovendo encontros com os profissionais para traçar estratégias que possam ajudar a garantir a efetivação. Em uma de suas declarações para o jornal A Tarde, em dezembro do ano passado, Sandoval afirmou que apenas 10% dos servidores temporários do PSF foram aprovados e acusou de fraudulenta a seleção. Por outro lado, em matéria veiculada no Diário Oficial do Município do dia 24 deste mês, os servidores admitem não ter estudado: "Teríamos que abandonar as comunidades que trabalhamos para nos dedicar aos estudos. Preferimos continuar com o atendimento e perto do povo", justifica Rita de Cássia Assis, enfermeira do PSF que atende no Alto das Pombas.

Um dos argumentos utilizados pelo grupo é o de que eles já estão prestando serviço nos postos há mais de dez anos. Entretanto, todos foram arregimentados em caráter temporário e a causa que defendem fere o inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, que diz que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. "Eles alegam que o fato de despenderem tempo trabalhando impediu que se preparassem para o concurso. Mas e quantos dos aprovados também tiveram que conciliar trabalho, estudo e outras atividades? A causa deles é ilegítima, ilegal e imoral", argumenta Hector.

Os aprovados no concurso estão tentando uma reunião com Gilberto José, Secretário de Saúde do Município, para tratar desta questão e exigir um cronograma de convocações.
 Por: Leandro Marques 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Mosca na SOPA

Senhores donos de gravadoras,


Por que eu não me lembro de nenhuma lei tipo SOPA na época em que gravávamos em fita K7 as músicas que passavam na rádio? Por que vocês não deram esse calundu na época do vinil, em que o comprador de um disco compacto pagava caro e levava pra casa somente duas músicas (uma do lado A e outra do lado B) e vocês encheram os bolsos à custa dos cantores?

E hoje, por que vocês não reduzem os seus lucros para que um CD não custe R$ 30,00, sendo que pouco disso vai para os artistas, seus funcionários não estão satisfeitos e uma mídia limpa vale míseros centavos? Por que não valorizam mais os cantores e músicos de forma que eles estejam ao lado dos senhores nesse debate? Ou será que vocês não entenderam que cantores internacionais fazendo propaganda de sites de compartilhamento é a maior evidência de que o CD/DVD, para o artista, é apenas um canal de divulgação da sua obra (como o rádio também o foi um dia), um mero convite para que o fã compareça aos shows, sendo às vezes distribuído sem ônus? Irão solicitar a prisão deles também?

Por que vocês não fomentam uma lei que prenda todo aquele que ouse emprestar um disco a um amigo? Aproveitem e criem ainda um jeito de aprisionar ondas sonoras, já que se eu não comprei um disco vendido pelos senhores, não posso sequer ouvir as músicas que estão nele, seja através da janela do meu vizinho ou no som ambiente de algum estabelecimento comercial.
 

Aliás, eu entendo... Esse desespero dos senhores acontece hoje porque as pessoas sacaram que a arte não deve ser um feudo, onde só permanece quem está autorizado (e vocês foram senhores feudais por muito tempo). Ver o sucesso estrondoso de artistas que postaram suas obras na internet sem que precisassem do carimbo dos senhores realmente é uma baita perda de poder. E agora vocês estão do outro lado da porta: correm atrás dos artistas para que possam “produzir” seus discos e, conseguindo, apropriam-se dos produtos mais que os próprios criadores.

Façam o seguinte: ao invés de caçarem sites de hospedagem e compartilhamento onde eu poderia socializar meus textos e minhas imagens, voltem à época em que vocês não tinham este problema. Voltem a vender discos em vinil com duas músicas cada um. Já que o trunfo da pirataria é a mídia digital, façam isso, voltem ao vinil e produzam novamente fitas K7 para que possamos copiar os programas de rádio. Vocês ficarão felizes novamente, não?
 

Ou isso, ou admitam que o mundo evoluiu e o império de vocês ruiu. Vocês acham que o mundo não será eternamente grato à Kodak? Será, mas a época dela já passou. E a época em que donos de gravadoras enriqueciam a qualquer custo, também.