domingo, 22 de abril de 2012

Um prefeito baiano, a saúde e a Copa.

 (imagem disponível na internet)

Que o baiano já tem fama de lerdo e preguiçoso todo mundo sabe. A construção do metrô em Salvador, por exemplo, de tão lenta, virou ícone de incompetência e desvio de verbas.

No entanto, não satisfeito com o que já está evidente, o atual prefeito da capital baiana, John Henry Camaleon, resolveu dar ao Brasil mais uma evidência de que o baiano não pode perder o título de “Rei da Vagareza” (Não, não estou fazendo um trocadilho com o nome do governador da capitania, o Jack Wagareza; Esse é mestre na arte de colocar a Solla na cara dos baianos que procuram os hospitais e demais serviços de saúde estaduais).

De um Concurso Público para a Secretaria Municipal de Saúde, com mais de 3.000 vagas expressas em edital, a Prefeitura informa que só tem competência para convocar 150 pessoas por mês. É isso mesmo, caro leitor. A Prefeitura de Salvador vai levar mais de 20 meses para convocar os profissionais aprovados em Concurso Público para serviços que estão deficitários desde antes de 2008.

Como os serviços estão funcionando no momento?

Respondo: Com trabalhadores temporários ou terceirizados, em vínculos precarizados e sobrecarregados por causa do subdimensionamento do quadro funcional. O SAMU está em coma e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) só cuida de 16% da população residente na cidade, que em grande parte é carente e necessita do amparo do Sistema Único de Saúde (SUS). E as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica, em preparativos para a Copa do Mundo? Sem comentários: Os gringos aprenderão que o Brasil é o país do carnaval, do futebol e da diarreia. Para maiores explicações, busquem no Google “saúde salvador problemas”.

A realização do Concurso Público após dez anos de descaso com a gestão de recursos humanos na saúde realmente foi um grande feito desta administração (mesmo que tenha sido sob pressão do Ministério Público). Pensei que o partido político do atual gestor fosse utilizar melhor esse trunfo, nas vésperas das eleições. Enganei-me.

Hoje sei que se eu perguntar ao prefeito qual é a melhor medida para agilizar as convocações e dar aos soteropolitanos serviços de saúde com melhor qualidade num menor intervalo de tempo, a resposta dele será: “É nenhuma, meu rei, é nenhuma, é nenhuma, é nenhuma...”.

Enquanto isso, contratos de terceirização dos serviços públicos são escandalosamente assinados diante dos olhos atentos do Ministério Público, que historicamente combate esse tipo de atitude.

Portanto, considerando isso tudo, se o leitor me perguntar qual a chance de Salvador fazer um bom trabalho de preparação para a Copa do Mundo, quem dirá sou eu: “É nenhuma, meu rei, é nenhuma, é nenhuma, é nenhuma...”