quarta-feira, 31 de maio de 2017

Dor tem cor

A sociedade no ápice da hipocrisia. Quantos jovens pretos vimos nas matérias sobre a cracolândia e afins nos últimos anos? Li vários comentários do estilo "vagabundos", "bandidos", "preguiçosos" por aqui. E quando a prefeitura propôs um programa de remuneração para aqueles "viciados" que realizassem algumas atividades? Foi um horror! Houve quem dissesse que era melhor ser drogado que trabalhador, para ter renda. 
De repente, o jovem branco, achado na mesma cracolândia, comoveu parte dos críticos de outrora. Ele virou a "vítima da irmã que destruiu a família". É... parece que os meninos pretos não sofrem interferência dos contextos familiares... ou será que as famílias pretas, destruídas pela violência e pelo racismo, não importam?

terça-feira, 9 de maio de 2017

No dos outros é refresco

Joca adora ouvir acusações sem provas contra os outros. Gosta de ver o "circo pegar fogo".
Chame Joca de "caloteiro", em público, quando ele estiver presente. Observe a reação.

A carne e o verbo

O peão que apoia as mudanças trabalhistas deveria, a partir de hoje:
- recusar as próprias férias e trabalhar durante trinta dias, voluntariamente;
- doar o terço de férias para uma igreja;
- doar o décimo terceiro salário para uma igreja; 
- assumir a falta quando adoecer, e não entregar atestado médico justificando;
- levar trabalho pra casa, ao invés de usar esse tempo para descansar ou se divertir; e
- entregar ao patrão carta de próprio punho solicitando redução do salário, para contribuir com o desenvolvimento do país.
Se for servidor público, mais uma tarefa: pedir exoneração e trabalhar na iniciativa privada. Afinal, estabilidade é o câncer do Brasil.

Só escutarei seu discurso, se a carne corresponder ao verbo.

(Publicado originalmente no facebook, em 07/05/2017).

Coerência zero


Fala de meritocracia; dá exemplo daquele “pobre interessado em crescer", que estudou muito para conquistar uma vaga passando em concurso público, em igualdade de condições; logo depois, diz que no serviço público só há preguiçosos; berra que basta querer pra vencer na vida. Ao mesmo tempo, defende a livre negociação do empregado com o patrão; afirma que o livre mercado é o melhor caminho para a valorização dos profissionais; reclama que, mesmo sendo o mais dedicado da firma (privada), é perseguido pelo patrão e por isso não é promovido: O chefe é injusto e não o valoriza como merece. 
Cadê a coerência desse povo? #discursoquenaosesustenta

(Publicado originalmente no facebook, em 06/05/2017).