terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pra que salário?

Profissional que faz trabalho voluntário em serviço público, ocupando um posto de trabalho real, não está "ganhando experiência". Está, sim, sendo explorado, desempregando um colega e abrindo mão de ser contratado.
Aliás, está ganhando experiência, mesmo: A experiência de desvalorizar a profissão.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Só há desemprego para quem estuda?

Uma galera revoltada porque Dilma sugeriu à economista que fizesse curso do SENAI.
Vejamos:
Essa mesma galera vive de mimimi dizendo que os mais pobres se acomodam e não trabalham por causa do Bolsa Família, mesmo sabendo que muitos desses beneficiários só têm acesso à educação pública (muitas vezes fragmentada e desqualificada). Segundo essa galera, se os beneficiários quisessem, encontrariam emprego na hora, afinal todo trabalho é digno, por mais simples que seja. São preguiçosos, portanto.
Ao mesmo tempo, diante de uma desempregada que tem curso universitário e qualificação em determinada área do saber, acham inconcebível que essa pessoa trabalhe em uma área técnica, como se fosse algo degradante para quem já tem um diploma.
Como pode?
Por que também não disseram que ela é preguiçosa e arranjaria emprego na hora, se quisesse? 
Esse desemprego também não existe para as pessoas mais pobres? 
Se o desemprego do semianalfabeto é resultado da preguiça e da acomodação, por que o desemprego do universitário qualificado é culpa da macroeconomia e não da preguiça do indivíduo?


(Texto publicado originalmente no Facebook, em 25 de outubro de 2014, às 15h44)

sábado, 12 de julho de 2014

Sangue, barro e fogo

Mais uma menina assassinada.
Nascida há apenas 14 anos, hoje não mais respira.
Ameaçada,
humilhada,
espancada,
estuprada,
empalada,
esquartejada.
Restos cobertos pela terra
e depois lançados ao fogo.

Oh, Senhor do Bonfim,
por que reservou a Luzia um fim tão cruel?

Ah, humanidade,
por que uma monstruosidade assim cada dia é mais banal?


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Programa "O Brasil não precisa de mais crianças. Cuide bem das que já existem"




O Programa prevê os seguintes incentivos:


1) R$ 1.000,00 ao homem que decidir ser submetido a vasectomia;

2) Os casais que adotarem crianças não precisarão pagar IPTU (desde que as crianças estejam devidamente cuidadas e frequentando a escola);

3) As pessoas que, no mês de dezembro, possuírem a mesma quantidade de filhos que tinham em dezembro do ano anterior não precisarão pagar ICMS. A isenção terá validade de um ano e pode ser renovada na verificação seguinte; 

4) As pessoas que possuem veículos automotores, se cumprirem o item 3 e não forem multadas por infrações no trânsito durante o ano (janeiro a dezembro), terão isenção adicional de IPVA;

5) Homens e mulheres cadastrados em serviços de saúde sexual e reprodutiva do Sistema Único de Saúde, que comprovarem comparecimento mínimo de 90% às consultas e atividades coletivas, concorrerão a uma viagem semestral para qualquer destino nacional, com direito a acompanhante, com duração de sete dias;

6) Se as pessoas contempladas pelo item 3 também estiverem habilitadas para concorrerem ao que prevê o item 5, poderão substituir o destino nacional por um internacional;

7) Os pais das crianças que comprovarem acompanhamento das atividades dos filhos nas escolas (avaliações, mostras de ciências, mostras de cultura, festas de encerramento, reuniões de pais e mestres e eventos similares), numa frequência mínima de 90%, receberão, a cada ano, isenção de IPI.

Ele funciona num planeta muito longe daqui.
Será que daria certo no Brasil?


sábado, 29 de março de 2014

Culpa sua!

65% dos entrevistados acham que a mulher merece ser atacada por causa das roupas que veste? Que absurdo! Se você concorda, proponho o seguinte exercício:

Leia as afirmações abaixo. Você terá que concordar também. Se não concorda, repense seus conceitos relacionados à pergunta acima.

1) Quem tem carro no Brasil merece ser assaltado. Quem mandou comprar automóvel num país em que há muitos ladrões?

2) O rapaz teve o smartphone roubado? Bem feito! Culpa dele! Quem manda usar esses brinquedos tecnológicos sabendo que muita gente tem inveja e não pode comprar um?

3) Aquele ator famoso, galã da novela, foi sequestrado? Culpa dele! Quem mandou ser famoso e morar numa casa bonita?

Responsabilizar a mulher pelos crimes dos quais são vítimas é inadmissível.
O que você faz para que essa realidade mude?

Para saber mais:
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21847&catid=10&Itemid=9


terça-feira, 11 de março de 2014

PensoSaude.com.br

Novo layout com a qualidade de sempre. Vem ver!

http://www.pensosaude.com.br/



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Estabilidade e autonomia

Considero que a estabilidade no serviço público é útil para que o profissional possa atuar com autonomia na defesa dos direitos dos cidadãos e na busca pela melhoria permanente dos setores onde trabalham, contrapondo-se às arbitrariedades de alguns governantes.
Muitos servidores públicos não estão empenhados em trabalhar com afinco nem em defender interesses coletivos. Por negligência dos gestores, permanecem onde estão.
Esses maus profissionais não merecem a estabilidade que conquistaram. Merecem, sim, gestores competentes, que saibam usar as prerrogativas legais existentes para inibirem a degradação dos serviços públicos.
Onde estarão esses gestores?

domingo, 9 de fevereiro de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Mentiroso

Quando você toma uma decisão que muda a sua vida (ou acaba com ela), existe um motivo real, que só você conhece, e outro, fictício e comum, que você expõe ao mundo. Você inventa esse último porque sabe que o mundo te trataria como um louco se descobrisse o primeiro.

sábado, 25 de janeiro de 2014

A base e o peso

A família é simultaneamente a base e o peso. Ao mesmo tempo em que se constitui como suporte para o desenvolvimento do cidadão, torna-se um peso quando requer responsabilidades dele para com ela. O nosso desafio, para que as crianças tenham maiores chances de sucesso e possam alçar voos mais altos, é ampliar a base oferecida pela família (educação, bons exemplos, dignidade) e reduzir o peso dela sobre o indivíduo. O foco da criança deve ser o preparo do próprio futuro, não o reparo das lacunas deixadas pelos seus familiares no passado.