segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Só há desemprego para quem estuda?

Uma galera revoltada porque Dilma sugeriu à economista que fizesse curso do SENAI.
Vejamos:
Essa mesma galera vive de mimimi dizendo que os mais pobres se acomodam e não trabalham por causa do Bolsa Família, mesmo sabendo que muitos desses beneficiários só têm acesso à educação pública (muitas vezes fragmentada e desqualificada). Segundo essa galera, se os beneficiários quisessem, encontrariam emprego na hora, afinal todo trabalho é digno, por mais simples que seja. São preguiçosos, portanto.
Ao mesmo tempo, diante de uma desempregada que tem curso universitário e qualificação em determinada área do saber, acham inconcebível que essa pessoa trabalhe em uma área técnica, como se fosse algo degradante para quem já tem um diploma.
Como pode?
Por que também não disseram que ela é preguiçosa e arranjaria emprego na hora, se quisesse? 
Esse desemprego também não existe para as pessoas mais pobres? 
Se o desemprego do semianalfabeto é resultado da preguiça e da acomodação, por que o desemprego do universitário qualificado é culpa da macroeconomia e não da preguiça do indivíduo?


(Texto publicado originalmente no Facebook, em 25 de outubro de 2014, às 15h44)