sábado, 11 de julho de 2009

Por que filhos de políticos na escola pública?


Um projeto de lei divide opiniões. Resumidamente, Cristovam Buarque sugere que os filhos de políticos estudem necessariamente em escolas públicas.
E daí?
Se a grande maioria dos filhos de trabalhadores estuda em instituições públicas, por que não podem ser colegas de classe dos filhos de engravatados eleitos por estes mesmos trabalhadores?
São todos cidadãos brasileiros, iguais perante a lei. Será?
O que me surpreende neste debate não é quem concorda ou discorda... é o motivo. Não o motivo de concordar ou não. Mas aquilo que motivou o autor do projeto a escrevê-lo:

1)O povo tem direito constitucional a educação;
2)O povo elege um representante para defender interesses coletivos (um sistema educacional público de qualidade, por exemplo);
3)O representante, já eleito, “esquece” por que está no poder e não se empenha em defender os interesses coletivos;
4)O representante quer o melhor para si e para os seus e, por isso, não matricula seu filho na escola pública;
5)Alguém propõe obrigar este representante a usar o serviço público; só assim ele “relembra” que o interesse dele DEVERIA SER o interesse coletivo!

Ou seja, se o poder público se dedicasse ao bem público, o projeto de lei não teria por que ser escrito. Todos usaríamos a escola pública porque ela seria a melhor escola. Simples assim.
Concordo com o projeto. Sei que não será aprovado. O lobby é forte demais. Mas levanta uma problemática interessantíssima que não se encerra no tema “educação”. Pensem em “saúde”: a constatação é bem semelhante.


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